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Um leitor de La Repubblica perguntou o que podemos fazer para escapar da situação alarmante em que nos

XXXTh

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Um leitor de La Repubblica perguntou o que podemos fazer para escapar da situação alarmante em que nos encontramos depois da crise do crédito e como evitar suas consequências possivelmente (1)catastróficas. Essas são (2)perguntas que nos (3)fazemos todos os dias; afinal, não foi só o sistema bancário e a bolsa de valores que sofreram duros e sucessivos golpes – nossa confiança nas estratégias de vida, nos modos de agir, nos padrões de sucesso e no ideal de (4)felicidade que, dia após dia, nos últimos anos, nos disseram que valia a pena seguir também (5)foi abalada e (6)perdeu parte considerável de (7)sua autoridade e poder de atração. Nossos ídolos, (8)versões líquido-modernas do bezerro de ouro bíblico, (9)derreteram ao mesmo tempo que a (10)confiança na economia! Pensando em (11)retrospecto, os anos anteriores à crise do crédito parecem ter sido tempos tranquilos e alegres do tipo “aproveite agora, pague depois”; uma época em que nós agíamos com a certeza (12)de que haveria riqueza suficiente e até maior no dia seguinte, anulando qualquer preocupação com o crescimento das dívidas de hoje, desde que fizéssemos (13)o que se exigia para aderir aos “caras mais inteligentes da turma” e seguir seu exemplo. Naqueles dias que ficaram para trás, o exercício de subir montanhas cada vez mais altas e ter acesso a paisagens cada vez mais arrebatadoras, eclipsar as grandiosas montanhas de ontem com o perfil das colinas de hoje e aplainar as colinas de ontem na gentil ondulação das planícies de hoje parecia durar para sempre. Uma possível reação à crise econômica atual é o que Mark Furlong denominou de “militarização do eu”. É o que vão fazer, sem dúvida, os produtores e comerciantes interessados em capitalizar a catástrofe transformando-a em lucro acionário, (14)como de hábito. A indústria farmacêutica já está em plena atividade, tentando invadir, conquistar e colonizar a nova “terra virgem” da depressão pós-crise a fim de vender sua “nova geração” de smart drugs, começando por semear, cultivar e fazer crescer as novas ilusões que tendem a propulsionar a demanda. Já estamos ouvindo falar de drogas fantásticas que prometem “melhorar tudo”, memória, humor, potência sexual e a energia de quem as ingere com regularidade, proporcionando assim total controle sobre a construção do próprio ego e sua preponderância sobre o ego de outros. (15)Contudo há outra possibilidade. Existe a opção de tentar chegar às raízes do problema atual e ((16)como sugeriu Furlong) “fazer o contrário do que estamos acostumados: inverter o padrão e organizar nosso pensamento não mais a partir daquele em que o ‘indivíduo’ está no centro, mas segundo uma ordem alternativa centrada em práticas éticas e estéticas que privilegiem a relação e o contexto”. (17)Trata-se, sem dúvida, de uma possibilidade remota (18)inverossímil ou pretensiosa, diriam alguns), que exige um período prolongado, tortuoso e muitas vezes doloroso de autocrítica e reajuste. Nascemos e crescemos numa sociedade completamente “individualizada”, na qual a autonomia, a autossuficiência e o egocentrismo do (19)indivíduo eram (20)axiomas que não exigiam provas (nem as admitiam), e que dava pouco espaço, se é que dava, à discussão. Só que mudar nossa visão de mundo e assumir uma compreensão adequada do lugar e do papel que temos na sociedade não é fácil nem se faz de um dia para o outro. No entanto, essa mudança parece ser (21)imperativa, na verdade, (22)inevitável. BAUMAN, Zygmunt. Como escapar da crise? In: 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 161-165. Tradução de: 44 Letters from the Liquid Modern World. Adaptado. 3. Considerando-se a linha de raciocínio utilizada pela voz autoral para desenvolver suas ideias, é correto afirmar, quanto aos parágrafos, que o: a) PRIMEIRO introduz o tema através da narração de um contexto particular vivenciado pelo próprio locutor, que já apresenta sua tese sobre a situação-problema então configurada. b) SEGUNDO evidencia as consequências e as soluções para a realidade descrita no parágrafo anterior, apresentando uma analogia entre o ideal atual de felicidade e uma imagem bíblica. c) TERCEIRO é construído a partir de fatos passados que expressam valores que divergem ideologicamente daqueles vigentes no contexto social contemporâneo. d) QUARTO explicita a conduta de alguns segmentos sociais diante da depressão pós-crise dominante na sociedade, que é criticada pela voz autoral, por pretender tirar proveito da situação. e) QUINTO revela a contradição do próprio enunciador do discurso, que defende ideias consideradas inconciliáveis por falta de fundamentação lógica.

1 Resposta

tokioruiva

Oi Fred! Já faz um tempo desde que entramos em contato. Como está o seu semestre? Eu gostaria de lhe enviar uma atualização por e-mail para que você saiba como as coisas estão indo durante o meu semestre no exterior aqui em Málaga, Espanha. Eu já estou aqui há seis semanas e sinto que estou finalmente me adaptando à cultura. Eu também estou falando a língua com mais fluência. Cheguei na primeira semana de setembro. O tempo está muito bom. Embora seja outubro, ainda está ensolarado e quente. De fato, fui à praia e nadei no mar Mediterrâneo hoje cedo. Estou morando com uma família anfitriã muito acolhedora. Eu tenho meu próprio quarto particular, mas tomamos café da manhã, almoço e jantar juntos. Aos domingos, comemos uma grande paella caseira no almoço. Na Espanha, o almoço é geralmente a maior refeição do dia. Também é muito comum as pessoas tirarem uma soneca ao meio-dia logo após uma grande refeição. Na verdade, estou acordando da minha soneca agora! Nos dias de semana, faço aulas na universidade local. Lá, conheci vários falantes nativos de espanhol. Eles foram muito gentis e pacientes comigo. No começo, lutei para entender o espanhol deles, mas agora entendo a maioria de nossas conversas. Eles comentaram que meu espanhol melhorou muito desde que nos conhecemos. Agora, estou mais confiante em usar o idioma em outros lugares, como lojas e restaurantes. Estou tão feliz por ter decidido passar o semestre aqui na Espanha. Temos um fim de semana prolongado chegando, então um grupo de meus amigos e eu vamos viajar para a França por quatro dias. É tão fácil e barato viajar internacionalmente na Europa. Eu amo isso! Estou ansioso para ouvir de você em breve. Como eu disse, não hesite em entrar em contato com mais frequência. Talvez você possa até vir visitar! O que você acha? Muitas felicidades, Patrick

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