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7. Produza um poema - cordel sobre o tema Nordeste. Fique li

7. Produza um poema - cordel sobre o tema Nordeste. Fique livre para escolher algum personagem da cultura nordestina, bem como as manifestações culturais do Nordeste: danças, comidas, musicas e outros. Produza 3 estrofes de 6 versos, cada.​

1 Resposta

Resposta:

Explicação:

Sou fio das mata, cantô da mão grosa

Trabaio na roça, de inverno e de estio

A minha chupana é tapada de barro

Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé

De argum menestrê, ou errante cantô

Que veve vagando, com sua viola

Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei

Apenas eu seio o meu nome assiná

Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre

E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça

Não entra na praça, no rico salão

Meu verso só entra no campo da roça e dos eito

E às vezes, recordando feliz mocidade

Canto uma sodade que mora em meu peito

O poema em questão retrata o trabalhador da roça, o homem simples do campo. O autor, Antônio Gonçalves da Silva, que ficou conhecido por Patativa do Assaré, nasceu no sertão do Ceará em 1909.

Filho de camponeses, Patativa sempre trabalhou na lida do campo e estudou poucos anos na escola, o suficiente para ser alfabetizado. Começou a fazer poemas de cordel por volta dos 12 anos e, mesmo com o reconhecimento, nunca deixou de trabalhar na terra.

Nesse cordel, Patativa então descreve seu modo de viver, fazendo um paralelo com a vida de tantos brasileiros, homens e mulheres filhos do sertão e trabalhadores rurais.

2. Ai se sesse - Zé da Luz

Se um dia nós se gostasse

Se um dia nós se queresse

Se nos dois se empareasse

Se juntin nós dois vivesse

Se juntin nós dois morasse

Se juntin nós dois durmisse

Se juntin nós dois morresse

Se pro céu nos assubisse

Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse

A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice

E se eu me arriminasse

E tu com eu insistisse pra que eu me aresolvesse

E a minha faca puxasse

E o bucho do céu furasse

Talvez que nos dois ficasse

Talvez que nos dois caísse

E o céu furado arriasse e as virgem todas fugisse

Em Ai se sesse, o poeta Zé da Luz elabora uma cena fantasiosa e romântica de um casal de enamorados que passa toda uma vida juntos, sendo companheiros na morte também.

O autor imagina que quando chegasse ao céu, o casal teria uma discussão com São Pedro. O homem, com raiva, puxaria uma faca, "furando" o firmamento e libertando os seres fantásticos que lá vivem.

É interessante observar a narrativa desse poema, tão criativo e surpreendente, combinado com a linguagem regional e considerada "errada" em termos gramaticais. Poemas assim são exemplos de como o chamado "preconceito linguístico" não tem razão de existir.

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