2) Leia o poema abaixo para responder à questão. Vício na falaPara dizerem milho, dizem mioPara melhor
2) Leia o poema abaixo para responder à questão. Vício na fala
Para dizerem milho, dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
Oswald de Andrade. Poesias reunidas. In.: Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 47.
a) Quem são essas pessoas sobre as quais o eu lírico está falando? Qual é a função delas na sociedade?
b) Leia o fragmento abaixo do texto “Manifesto da poesia pau-brasil”, de Oswald de Andrade :
“A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como
falamos. Como somos.”
Oswald de Andrade. Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 86.
Qual a relação entre o poema e o que defende o poeta no trecho do texto “Manifesto da poesia pau-brasil”?
c) Podemos afirmar que o poema de Oswald traz em si uma reflexão linguística e social? Explique sua resposta.
1 Resposta
a) O autor está falando da classe trabalhadora brasileira.
b) O poema retrata a língua coloquial falada pelas classes baixas no Brasil, segundo o autor, tal forma de falar cria telhados, ou seja, cria uma nova forma de pronúncia que se sobressai à norma culta. No fragmento do texto "Manifesto da poesia pau-brasil", Oswald de Andrade diz que tais "erros" da língua portuguesa constrói a identidade nacional "Como falamos. Como somos.", o autor diz também que esta língua falada pela classe trabalhadora não possui arcaísmos e erudição, sendo uma língua natural. Assim, o autor valoriza a naturalidade da língua e crítica os valores tradicionais impostos na linguagem que era perpetuado na época.