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- TEXTO I – A discussão entre religião e política é bem atual. Tanto uma quanto a outra, ao longo

Tay

- História

- TEXTO I – A discussão entre religião e política é bem atual. Tanto uma quanto a outra, ao longo da história,
está relacionada à ideologia e ao poder, convivendo juntas no espaço social. É necessário indicar, de
modo bem claro, seu campo de ação, bem como definir a linha divisória entre elas. Não deve haver
religião hegemônica: supremacia de uma religião sobre outra, ou seja, uma religião se colocar como
superior a outra ou dizer que é mais importante que outra ou dizer que é verdadeira e as outras são
falsas. Nem deve haver poder político despótico, ou seja, tirano e ditador.
Uma das principais marcas identitárias (de identidade) do Brasil é o catolicismo. Desde a
colonização do país (1500) com a vinda de um grupo para catequisar (evangelizar) indígenas e sobre
eles impor a domesticalização, ou seja, torná-los seres dóceis/civilizados de acordo com a
compreensão do que significa civilização pelo europeu. Até o final do século XIX, a Igreja Católica era
a única instituição religiosa reconhecida oficialmente. Por isso, gozava de proteção do Estado para
realizar sua expansão institucional, ou seja, apenas ela poderia evangelizar e divulgar práticas
religiosas. Ela foi responsável por legitimar a colonização portuguesa, ou seja, apoiar a colonização
dos portugueses no Brasil manipulando os fiéis a aceitarem os mandos e desmandos dos portugueses
no Brasil. A cultura indígena começou a ser afetada desde essa época, jesuítas (grupo católico
enviado para evangelizar durante a colonização) pregavam que a cultura, as práticas religiosas
indígenas (rituais, celebrações, crenças nos seres sagrados da floresta) eram erradas e pecaminosas
e o que era verdadeiro era a prática cristã católica. Assim, mesmo tendo resistência, alguns aspectos
culturais e religiosos indígenas foram se perdendo ao longo do tempo ou sendo adaptados com
características cristãs. O mesmo aconteceu com a cultura e religiosidade dos povos africanos que
vieram para o Brasil trazidos para serem escravizados. Neste período a religião oficial do Brasil era
cristianismo católico e apenas suas práticas religiosas eram permitidas.
Ao longo do estudo da história do Brasil, percebe-se que houve esse domínio do cristianismo
católico quando estava de mãos dadas com o governo, mas também se percebe que houve um
momento em que aconteceu um rompimento da igreja católica com o poder do estado. Esse
rompimento permitiu que práticas de crenças de outras religiões fossem respeitadas por lei, ou seja,
outras religiões que eram perseguidas poderiam agora fazer seus rituais, divulgar sua fé. A liberdade
religiosa de escolha e crença estava sendo possibilitada e oferecida dentro das leis. O Brasil era a
partir desse rompimento um país laico, ou seja, não tinha uma religião oficial e houve um
reconhecimento da diversidade e pluralidade religiosa brasileira.
Ao estudar a cultura brasileira, nas diversas regiões do país, percebemos a influência de diversas
religiões no viver em sociedade. Por exemplo, festas populares que transmitem traços religiosos
presentes: festa junina (aclamação aos santos São João e Santo Antônio); carnaval (maracatu,
samba, quarta-feira de cinzas, quaresma); páscoa (cristã, judaica). Por exemplo, o agir de
costume/hábito em sociedade: o pedir a benção (cristianismo, candomblé); o respeitar a vida da
floresta (indígena).
Apesar de algumas pessoas ainda não respeitarem esse direito de liberdade religiosa, esse direito
é legítimo e constitucional. O poder político deve garantir que ele seja cumprido e respeitado de acordo
como que diz o artigo 5º da constituição brasileira: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém
será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (...)
ATIVIDADE
1) A partir das informações que você leu no texto I , você deverá elaborar perguntas que
contemplem falar sobre os seguintes assuntos (no mínimo 1 pergunta com resposta para
cada assunto citado abaixo):
a) religião hegemônica (1º parágrafo)
b) o contexto histórico religioso no Brasil (2º parágrafo)
c) Brasil laico (3º parágrafo)
d) Influência das diversas religiões no viver social (4º parágrafo)

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