Bootstrap

Significado do termo historia e suas relações entre continuidade/permanência e ruptura/transformação

Significado do termo historia e suas relações entre continuidade/permanência e ruptura/transformação nos processos históricos.

1 Resposta

Olá Raquel, tudo bem? :)

Difícil definir história. Acredito que uma idéia quedefiniria – a na contemporaneidade seria de “processo”. “Processos que oshomens passaram num determinado período e lugar”. A história seria fruto daação do historiador pensar o tempo. Quem, o que, como ele é no tempo? E parasaber, as vezes, você precisa saber o que deixou de ser.

 

Mas como não podemos voltar àquele exato momento onde tudoaconteceu; como não podemos ser “extemporâneos” como diria Nietzsche, ou seja,externo ao nosso tempo e aos valores sobre os quais fomos construídos, aHistória seria uma escrita, uma analise do passado sempre partindo do presente,para que essas experiências vividas possam orientar nossas ações e a construçãode nosso futuro. Ela estaria entre nosso “espaço de experiência” e o “horizonte deexpectativa”, segundo Koselleck e Jörn Rüsen.

 

Ao longo do século XIX, acreditamos que a historia seriaúnica, a História de nossa nação, com seus heróis, fatos, mocinhos vencendo osbandidos e o presente, a formação do Estado nacional moderno seria esse grandeápice que atingimos e temos a honra de estar.

 

Mas sabemos que não foi bem assim. Sabemos por exemplo, quea formação do Estado brasileiro se deu sobre muito sangue indígena, negro, brasileiromesmo. Não existe mais um consenso quanto a um processo, ao acontecimento de umfato. (Como dizia uma professora minha: “quando um fato acontece, ele seestilhaça em vários pedacinhos, ficando cada um com um pedacinho”)

 

E os termos continuidade/permanência, ruptura/transformaçãotambém são consciências que a escrita da história foi incorporando ao longo dotempo.

 

Braudel trouxe à historia a consciência dos “diferentestempos”, das diferentes "durações" dos acontecimentos. Nessa obra ele olhou sobre o mediterrâneo e viu oquanto mudava quando olhava por “curtas”, “médias” e “longas” durações . E que isso poderia serverificado de inúmeras maneiras.

 

As revoluções mesmo seriam processos deruptura/transformação em fatores sociais, mas economicamente ou políticospoderiam permanecer a mesma coisa. Um exemplo foi a independência do Brasil.Havia um medo por parte da elite de acontecer com o Brasil o mesmo que houvecom as colônias hispânicas. Assim, se preocuparam em criar uma transformaçãopolítica mas sem modificar as estruturas e relações de poder já vigentes.Tornaram uma mudança branda como algo positivo. E essa visão perdurou por anos,ate 1930, quando um quadro de intelectuais comunistas começou a se debruçarsobre os processos e vê-los como revolução e lutas.

 

O historiador Geoffrey Barraclough em seu“introdução à história contemporânea” discorre mais detalhadamente a respeito. 

Se quiser,fica a dica ;)

E é uma leitura fácil. Valea pena!

 

Abraço, Gabriel

Mais perguntas de História