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O que o batismo de Clóvis acarretou para os súditos? e para os povos que, a partir daquele momento,

Fernanda

- História

O que o batismo de Clóvis acarretou para os súditos? e para os povos que, a partir daquele momento, seriam conquistas por ele?

1 Resposta

Kauany

Dentre as hordas de bárbaros que investiram contra as possessões romanas do Ocidente na Europa central, destacaram-se os francos, povo guerreiro e valente.

Ora unindo-se às tropas imperiais, ora combatendo-as, tornaram-se tão poderosos, que a filha de um de seus reis, Eudóxia, veio a casar-se com o Imperador Arcádio.

Com a queda do Império Romano em 476, os francos dominaram o norte da Gália; os godos, o sul; os borguinhões, as duas margens do Ródano, restando ainda, entre os rios Sena e Loire, remanescentes do Império sob o governo de Siágrio.

Um dos grandes chefes francos foi Childerico I (458-481), que se casou com Basina da Turíngia.

Tiveram um filho são e robusto a quem deram o nome de Clóvis. Estava ele destinado a mudar o curso da história da Gália (França) e, por conseguinte, da Europa.

Clóvis subiu ao trono franco ainda adolescente, e com uma maturidade precoce fez suas primeiras conquistas. "Sagacidade na deliberação e ousadia na execução distinguiram sobretudo este soberano"1.

Conforme já tinha feito seu pai, Clóvis, apesar de pagão, manteve cordiais relações com os bispos da Gália. Quando subiu ao trono, recebeu amistosa carta de São Remígio, arcebispo de Reims.

Cheio de vitalidade no ardor de sua juventude, para satisfazer o ânimo belicoso de seus súditos Clóvis partiu para a conquista de novas terras, começando por derrotar Siágrio.

Este se refugiou junto a Alarico, rei dos visigodos. Clóvis intimou Alarico a entregar o fugitivo e o executou, apoderando-se de seu reino. Estabeleceu então Soissons como sua capital.

É dessa época o fato legendário que aparece em todas as biografias do grande guerreiro. Após a batalha, os francos haviam tomado como despojo de guerra, entre outras preciosidades da igreja de São Remígio, um belíssimo vaso.

Batismo de Clóvis por São Remígio. Estátuas em Reims, junto da igreja de São RemígioO arcebispo pediu a Clóvis, que muito o respeitava, que o devolvesse. O rei prometeu fazê-lo. E foi a Soissons, onde seriam divididos os despojos.

Pediu a seus guerreiros que, além da parte que lhe cabia como rei, lhe dessem também o vaso, para devolvê-lo a São Remígio.

Todos concordaram, menos um que, de mau humor, disse ao rei: "Tu não terás senão o que te couber por direito". E, como bárbaro que era, atingiu o vaso com sua acha.

O rei, embora indignado, não disse nada. Um ano depois, seus soldados apresentaram-se armados diante dele; quando chegou em frente do soldado insolente, Clóvis derrubou-lhe a acha das mãos e desferiu-lhe tremendo golpe na cabeça, dizendo: "Foi assim que trataste o vaso de Soissons"

Como bom estadista, o rei franco usou de muita compreensão para com os povos conquistados, tratando do mesmo modo os galo-romanos e os francos, escolhendo entre ambos seus conselheiros, respeitando as leis locais, não tomando suas propriedades.

Tomou para si e seus guerreiros somente as que pertenciam ao Imperador ou ao Estado. Com isso, foi bem recebido por essas populações e firmou seu poderio sobre suas conquistas.

Clóvis recebeu do Imperador de Constantinopla o título de patrício, de cônsul e de ilustris, o que mais confirmou sua autoridade aos olhos dos povos conquistados.

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