(G1 - ifpe 2019) O que, portanto, levou os britânicos a saírem de suas trincheiras em tão grande número, perto do Natal, para apertar as mãos, rir e contar e ouvir histórias e recordações com os alemães? Talvez o mesmo conjunto de valores pelo qual estavam lutando. Alguns viam a confraternização como uma questão de cortesia tradicional. Num dia santo, saudava-se o adversário e apresentavam-se cumprimentos. [...] Esse senso de probidade e decoro, de seguir as regras do jogo – deixando o inimigo em paz no mais santo dos dias santos – constituía um elemento importante da noção britânica de fair play. O adversário continuava a ser antes um adversário que um inimigo; apenas as implicações de seus esforços eram odiadas. EKSTEINS, M. A sagração da primavera. Trad.: Rosaura Eichenberg. 2a ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1992, p. 161. Adaptado.
O fragmento acima pertence a uma das páginas mais dramáticas da história humana, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). As perdas humanas foram inimagináveis no início do conflito: cerca de 10 milhões de mortos entre militares e civis; 21 milhões de feridos; outros tantos enfraquecidos e adoentados, vítimas da chamada “economia de guerra”. Países e famílias arruinados. A partir do texto e de seus conhecimentos, assinale a afirmativa CORRETA.
a) Os gestos de cortesia do Natal de 1914 foram saudados com alegria e esperança pelos jornais alemães, franceses e ingleses, desenvolvendo uma onda de rebeliões no front.
b) A Guerra não foi tão cruel como se costuma imaginar. Houve períodos prolongados de paz, bem como esforços na busca de solução diplomática antes e durante o conflito.
c) Os gestos de cortesia e de cavalheirismo foram pontuais. A Guerra, em sua face mais violenta, perdurou por tempo suficiente para deixar marcas profundas na Europa.
d) A Guerra foi oriunda não de divergências profundas entre alemães, de um lado, e ingleses e franceses, de outro. Mas, de conflitos étnicos e nacionalistas na região dos Bálcãs.
e) Predominaram o cavalheirismo e a cortesia em grande parte da Guerra, virtudes fundamentais entre os povos europeus, principais atores do conflito bélico.
