Um estudo sobre o impacto do vírus da sida na agricultura conclui que se não forem tomadas medidas de prevenção, a pandemia pode afectar negativamente o sistema de produção e segurança alimentar em Angola.

O estudo, apresentado ontem, em Luanda, aos representantes de organismos públicos e privados, mostra que “o impacto do HIV/SIDA na agricultura e segurança alimentar, em Angola, ainda não se faz sentir de forma alarmante como noutros países da SADC”, mas alerta para a necessidade de se redobrar esforços no sentido de conter a doença.

O inquérito, elaborado pelo Gabinete de Segurança Alimentar do Ministério da Agricultura, foi realizado em seis províncias do país, nomeadamente Cabinda, Kuando-Kubango, Benguela, Uíje, Lunda-Sul e Cunene, visando fornecer uma análise situacional sobre os esforços que estão a ser feitos para a melhoria da prevenção, diagnóstico, tratamento e apoio ao combate à sida e efeitos associados entre os agricultores e suas famílias.

Os autores da pesquisa apontam vários factores que estão na base da aparente baixa seroprevalência, como a fraca testagem das pessoas em relação ao vírus da sida, questões associadas ao estigma e discriminação, entre outros. Outra probabilidade, segundo o documento que temos vindo a fazer referência, pode estar associada ao facto de que, em Angola, a magnitude da epidemia ainda não é suficientemente conhecida.

O documento cita dados do Instituto Nacional da Luta contra a Sida, referentes ao ano de 2007, para exemplificar que na província do Cunene, onde a prevalência do vírus é mais elevada (9,4 por cento), constatou-se que relativamente as outras províncias, foram relatados níveis mais altos de pessoas que haviam sido afectadas pela sida, de 22 por cento.

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