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As rochas, de modo geral, compõe a litosfera. A geologia, ciências responsável pelo estudo das rochas,

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- Biologia

As rochas, de modo geral, compõe a litosfera. A geologia, ciências responsável pelo estudo das rochas, percebeu que é possível se estudar a história dos seres vivos que viveram no planeta através das rochas, como se fosse um livro. Como isso é possível? Qual rocha deve ser estudada para se obter essa história?

1 Resposta

MELIODASdaIRA

Uma das perguntas que os geólogos mais ouvem é sobre como eles sabem que uma rocha tem tantos milhões (ou bilhões de anos). Se para um leigo já é difícil imaginar o que seja um milhão de anos, muito mais intrigante é saber que se pode determinar que uma pedra se formou tanto tempo atrás ou que a Terra tem 4,54 bilhões de anos de idade.

Para quem está acostumado a medir o tempo em horas, minutos e segundos ou em dias, semanas, meses e anos, raramente séculos, um milhão de anos é algo realmente muito abstrato. Quanto a isso, porém, nada podemos fazer. Essa é a unidade de tempo que se usa em Geocronologia, que é o estudo da idade da Terra e das rochas que formam sua crosta. Assim como o astrônomo está habituado a falar em milhões de quilômetros, o geólogo fala rotineiramente em milhões de anos. E se isso mostra como somos no universo, como um grãozinho de areia num vasto deserto, ótimo! Vamos exercitar nossa humildade e lembrar que nosso planeta é muito maior e mais antigo que nós e que por isso e por ser ele a nossa casa - nossa única casa! - deve merecer todo respeito e cuidado de nossa parte.

Idade Absoluta e Idade Relativa

Quando se fala da idade de uma rocha, pode-se falar de idade absoluta ou de idade relativa. Vamos ver essa diferença. A idade relativa não nos diz quantos milhões de anos a rocha tem. Ela nos informa que essa rocha é mais antiga ou mais jovem que outra ou então se ela se formou antes ou depois de um determinado evento geológico.

Isso é feito com base em alguns princípios. Princípio é um ponto de partida, uma referência de certo modo inquestionável sem a qual não se pode avançar, em ciência, com qualquer segurança (Carneiro et al.).

1. Princípio da superposição – em uma sequência de camadas de rocha não deformadas cada camada é mais jovem do que aquelas que estão abaixo dela e mais antiga do que as que estão acima. Esse princípio é tão óbvio e tão aceito cientificamente que alguns autores o chamam de lei, não de princípio.

As rochas sedimentares formam-se pela deposição de sedimentos (cascalho, areia, argila etc.) ao longo do tempo, trazidos por agentes transportadores, como as águas de um rio, o vento e as geleiras. Esse material vai sendo empilhado e, naturalmente, quanto mais embaixo ele estiver na pilha mais antigo ele é. Isso vale também para a lava vulcânica, que forma pilhas de até várias dezenas de derrames, como se vê no sul do Brasil, onde há 135 milhões de anos houve intenso vulcanismo formador de basaltos e riodacitos.

O princípio da superposição fala em camadas não deformadas, isso é, que estão na posição horizontal. Acontece que em muitos locais as camadas estão hoje inclinadas. Nesse caso, caminhando-se no sentido do mergulho, nome que os geólogos dão à inclinação das rochas, encontram-se camadas cada vez mais jovem. Andando em sentido oposto, encontram-se camadas cada vez mais antigas. Pode acontecer também de as camadas sedimentares terem sido tão movimentadas que hoje estão em posição invertida. Aí, o estudo detalhado da rocha, incluindo os fósseis (se houver), mostra onde está o topo e onde está a base da camada.

2. Princípio da horizontalidade original – as formações sedimentares são depositadas originalmente na posição horizontal. Qualquer mergulho que elas apresentem é resultado de posterior dobramento ou basculamento.

Por mais irregular que seja a superfície onde os sedimentos começam a se depositar, eles vão originar formações horizontais ou quase horizontais. Esforços posteriores de compressão ou distensão é que poderão mudar essa situação. Há algumas exceções, como depósitos de encostas montanhosas e material depositado em flancos de grandes dunas; nesses casos, é preciso um exame cuidadoso para definir a posição original da camada.

3. Princípio da continuidade lateral original – sequencias estratigráficas idênticas expostas em lados opostos de um vale devem ser interpretadas como restos de camadas que já foram contínuas na área na qual o vale foi aberto.

Quem conhece o Grand Canyon, no Colorado (EUA), ou já o viu em fotos ou filmes lembrará que há um grande pacote de camadas de rochas horizontais de um lado e de outro do rio Colorado. As camadas que estão em um lado aparecem com as mesmas características e na mesma ordem no outro lado, mostrando que eram contínuas e foram erodidas pelo rio.

Explicação:

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